quarta-feira, 22 de outubro de 2008


"Como o sol a escandeasse, conseguiu adiantar-se umas polegadas e escondeu-se numa nesga de sombra que ladeava a pedra.
Olhou-se de novo, aflita. Que lhe estaria acontecendo?
O nevoeiro engrossava e aproximava-se.
Sentiu o cheiro bom dos préas que desciam do morro, mas o cheiro vinha fraco e havia nele partículas de outros viventes. Parecia que o morro tinha se distanciado muito...
Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme. O mundo ficaria cheio de préas, gordos, enormes."
(Baleia - Vidas Secas)


E eu choro toda vez.

2 comentários:

Lá Cociuffo disse...

Foi a primeira vez que eu solucei lendo um livro....É o capitulo mais lindo e mais triste...está grifado da cabeça aos pés!

Luiza disse...

Legal mesmo foi chorar aos 20 anos numa aula de literatura - sala cheia viu amiga